Doutorado em Investigação em Pediatria (Ribeirão Preto, São Paulo)

Universidade de São Paulo

Localização:Ribeirão Preto - São Paulo

Tipo:Doutorado

Modalidade:Presenciais

Características

Apresentação
O Departamento de Puericultura e Pediatria desde 1971 oferece o programa de estudos e pesquisas para formação de docentes e/ou investigadores em Pediatria, em nível de Mestrado e de Doutorado.
No Mestrado, o aluno deverá principalmente se familiarizar com a metodologia científica, metodologia de ensino, e aprofundar-se na área específica de seu objeto de estudo. No Doutorado, além disto, cria-se necessidade do aprofundamento metodológico de pesquisa e ensino, principalmente a definição explícita e o seu encaminhamento para uma linha própria de investigação. Para isto, juntamente com o orientador, o aluno escolherá disciplinas optativas que permitam atingir o objetivo desejado. O Departamento possui programas e infra-estrutura para pesquisas, quer seja em nível de Saúde coletiva da criança, clínico, laboratorial, bem como na área experimental. Além disto, o Departamento mantém estreita colaboração com outros departamentos e centros de pesquisa nas diferentes modalidades de investigação no país e no exterior, o que amplia muito seu poder de opções.
Histório e Objetivos
O Departamento de Puericultura e Pediatria (DPP) da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP) foi pioneiro na sua área, criando o primeiro Programa de Pós-graduação strictu senso na Área de Pediatria no Brasil em 1971. O Programa, desde o seu início, capacitou médicos pediatras que, em grande parte, se tornaram docentes de ensino superior e/ou pesquisadores em diversas instituições de todas as regiões do Brasil. Por outro lado, também tem atuado com alguns de seus docentes no apoio, organização e montagem de programas de pós-graduação strictu sensu em outras instituições, como a Pós-Graduação em Saúde da Criança e do Adolescente do Instituto Fernandes Figueira/FIOCRUZ (coordenado de 1988 a 1994 por docente deste Departamento), e na Universidade Federal de Sergipe (Aracajú) desde 1994, cujo alunado é constituído de pediatras, médicos e não-médicos. A qualificação do pessoal docente da Área de Pediatria e da Faculdade de Medicina tem permitido que se garanta a manutenção da qualidade apesar das crises sucessivas enfrentadas na Área, nas Instituições de Ensino e no próprio País. Na sua totalidade estes profissionais trabalham em regime de dedicação integral à docência e à pesquisa.
Desde que a CAPES instituiu o sistema de avaliação dos cursos de pós-graduação no País, o Programa de Pós-graduação do Departamento de Puericulrtura e Pediatria da FMRP-USP recebeu os seguintes conceitos: nível A de 1981 a 1991; nível B no biênio 92/93; nível A no biênio 94/95; conceito 4 no Biênio 96/97; conceito 5 no triênio 98/2000, conceito 6 no triênio 2001/2003 e conceito 5 no triênio 2004/2006.
Na sua instalação, esse programa de pós-graduação stricto sensu tinha como objetivo a capacitação do graduado, médico pediatra, para o exercício da docência, aprofundando e promovendo o desenvolvimento das técnicas de sistematização do conhecimento científico. Em anos mais recentes, a identificação do interesse crescente e participação efetiva de profissionais de diferentes saberes em atividades junto a crianças e adolescentes desenvolvidas pelo Departamento de Puericultura e Pediatria, bem como em projetos de pesquisa realizados no Programa de Pós-Graduação em Pediatria, uma grande transformação do programa foi processada e efetivada plenamente no ano de 2006. Essa transformação reconhece as significativas transformações que vêm ocorrendo na sociedade e nas instituições de nível superior, quais sejam: - A assistência médica à criança e ao adolescente e a produção do conhecimento vêm sendo, cada vez mais, realizadas por equipes de múltiplos saberes; - Há necessidade de formação acadêmica de outros profissionais para atuarem em instituições de pesquisa e ensino, havendo procura em freqüência superior à de pediatras.
Dessa forma, considerando que o programa tem experiência e massa crítica qualificada para enfrentar mais esse desafio, foi proposto à Universidade de São Paulo, e aprovado em maio de 2005, a inclusão de não pediatras e não médicos. Nessa reestruturação, o programa passou a ser denominado Programa de Pós-graduação em Saúde da Criança e do Adolescente, criando duas opções:
Opção I - Investigação em Pediatria: para pediatras
Opção II - Investigação em Saúde da Criança e do Adolescente: para médicos não pediatras e outros profissionais
Essa nova modalidade passou a funcionar com todas as suas modificações apenas para o curso de Doutorado a partir de julho de 2005, e a primeira seleção de alunos de mestrado se processou para ter início no ano de 2006.
Dentro da nova proposta, o objetivo do programa é a formação e capacitação de profissionais para o exercício da docência e pesquisa de alta qualidade.
As linhas de pesquisa abrangem aspectos epidemiológicos, clínicos e moleculares do processo saúde-doença, explorados por meio de abordagens modernas e tecnologias de ponta desenvolvidas em diferentes laboratórios adequadamente equipados.
No triênio 2007-2009, recebemos alunos de diferentes tipos de formação acadêmica no nosso programa: médicos pediatras, nutricionistas, biólogos, fisoterapeutas, educadores físicos, enfermeiros, terapeutas ocupacionais, odontólogos. Diferentemente do que é usual em cursos de pós-graduação, neste se pretende articular a aquisição dos créditos exigidos e a elaboração das dissertações/teses pelas turmas de alunos de maneira que a produção do conhecimento se faça de forma coletiva.
Uma característica marcante do nosso programa é a grande capacidade de interação entre os diferentes orientadores e também a interação destes com diversos outros programas dentro e fora da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto-USP.
O Programa tem intensificado nos últimos anos o investimento em intercâmbios internacionais, que possibilitam o desenvolvimento de projetos de pesquisa conjuntos com instituições estrangeiras, participação de pesquisadores externos em disciplinas da pós-graduação, realização de estágios de pós-doutorado e de doutorado-sanduíche de alunos vinculados ao Programa. Citam-se os seguintes intercâmbios:
University of Virginia, USA (doenças alérgicas); PRINTO (Pediatric Rheumatology International Trials Organization) e Projeto ALFA, Instituto Gaslini, Universidade de Genova, Genova, Itália, (reumatologia pediátrica); Department of Public Health Sciences, King´s College London, London, UK (epidemiologia); Departamento de Nutrición, Universidad de Chile, Santiago, Chile (nutrição e epidemiologia); The Wistar Institute, Philadelphia, PA, USA (técnicas laboratoriais para CMV); Department of Pediatrics and Microbiology, University of Alabama at Birmingham, USA (infecção congênita por CMV); Universidade de Toronto, Canadá (técnicas laboratoriais); National Institutes of Child Health and Human Development (NICHD) International Initiative (NISDI) and Pediatric AIDS Clinical Trials Group (PACTG) (estudos de HIV/AIDS); Universidade Milano/BICOCCA, Monza, Itália (doença residual mínima em LLA); International Atomic Energy Agency - Viene – Austria (composição corpórea de recém-nascidos PIG); University of London, UK, Department of Endocrinology, St. Bartholomew's Hospital (estudos do eixo GH-IGF); University of Toronto (citogenética molecular em tumores sólidos).
O mesmo empenho tem sido feito em relação aos intercâmbios nacionais:
Grupo Brasileiro de Tratamento de Leucemia Infantil; Grupo Cooperativo Brasileiro de Tratamento de Tumores de Células Germinativas; Grupo Brasileiro de Mielodisplasia; Grupo Cooperativo Brasileiro de Tratamento de Tumor de Wilms; Rede Brasileira de Neonatologia; Projeto Butantã; Instituto de Ciências Biológicas da USP; UNIFESP- Escola Paulista de Medicina; FIOCRUZ- Laboratório de Virologia Molecular; Instituto de Ciências Biológicas da USP; Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP, Ribeirão Preto; Departamento de Saúde Pública UFMA; Departamento de Pediatria e Puericultura da Faculdade de Medicina da UFRGS; Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais da USP, Bauru, SP; Departamento de Neurologia da FM-USP e Serviço de Reumatologia Pediátrica do Instituto da Criança da USP; Disciplina de Reumatologia da UNIFESP.
O Programa foi contemplado em 2004 com auxílio financeiro do CNPq, por meio do Programa de Ciência e Tecnologia em Infra-estrutura (CT-INFRA) e com auxílio financeiro da CAPES em 2006, por meio do Programa Nacional de Cooperação Acadêmica (PROCAD), ambos em conjunto com a Universidade Federal de Sergipe.
No final de 2008, houve a aprovação do projeto temático com financiamento da FAPESP intitulado "Fatores etiológicos do nascimento pré-termo e conseqüências dos fatores perinatais na saúde da criança: coortes de nascimentos em duas cidades brasileiras". Este projeto contará com a participação de vários orientadores docentes do nosso programa, além de outros pertencentes aos Programas de Ginecologia e Obstetrícia, Neurologia e Saúde Mental, da FMRP-USP; do Programa de Odontopediatria da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto- USP e de Farmácia da Faculdade de Farmácia de Ribeirão Preto – USP e do Centro de Pesquisas Clínicas (CEPEC) do Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão, em São Luís. Também envolve financiamento obtido por meio do programa PRONEX/FAPEMA. Esse projeto consiste de dois grandes subprojetos. O primeiro (Fatores Etiológicos da Prematuridade) vai avaliar novos fatores de risco para prematuridade como componentes de duas cadeias de causalidade: as hipóteses neuroendócrina e imuno-inflamatória. Na primeira, estresse durante a gestação favoreceria a liberação do CRH (hormônio liberador de corticotropina) e indução do parto prematuro, potencializado por polimorfismos do gene do CRH. Na segunda hipótese, infecções maternas seriam potencializadas por susceptibilidade genética, promovendo a liberação de mediadores inflamatórios, levando à prematuridade. Estas hipóteses serão testadas em estudo caso-controle aninhado em uma coorte iniciada no 5º mês do pré-natal, em amostra de conveniência, abrangendo 3000 nascimentos em duas cidades, São Luís (MA) e Ribeirão Preto (SP). Esta coorte será reentrevistada por ocasião do nascimento e no 1º ano de vida. O segundo subprojeto (Coorte populacional de nascimentos em duas cidades brasileiras: Condições de nascimento e seguimento no primeiro ano de vida) avaliará indicadores de saúde perinatal e seu reflexo nas taxas de prematuridade e baixo peso ao nascer, comparando-as com dados de coortes estudadas nos últimos trinta anos nos dois municípios. Será também avaliado o impacto da prematuridade e outras condições no nascimento sobre crescimento, desenvolvimento de resistência insulínica, alterações neurológicas e comportamentais, fatores de risco para alergia e chiado e alterações da saúde bucal. Essa avaliação será feita por entrevista com as mães, avaliação antropométrica e coleta de sangue para avaliação bioquímica e estudos genéticos das crianças, aplicação de testes de alergia cutâneos e avaliação odontológica. Esta coorte será iniciada no nascimento, abrangendo amostra representativa de 6000 nascimentos em São Luís e 7500 em Ribeirão Preto, e que inclui os nascidos da coorte iniciada no pré-natal, e será reavaliada no 1º ano de vida.
Esse projeto ilustra a principal tendência do nosso programa: a interdisciplinaridade, e a colaboração de diferentes grupos de pesquisa dentro e fora da nossa unidade. Vale destacar a oportunidade de recrutamento de alunos de diferentes níveis (iniciação científica, mestrado, doutorado e pós-doutorado) e diferentes formações/interesses (epidemiologistas, biólogos, farmacêuticos, médicos de diferentes especialidades, odontólogos, nutricionistas, psicólogos), para participação nesse grande projeto.
Desde a sua criação em 1971, até dezembro de 2006 o Programa formou 212 mestres e 120 doutores. Em 2010, conta com 41 alunos de mestrado e 30 de doutorado matriculados.

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