Pós-graduação em Mídia, Tecnologia da Informação e Novas Práticas Educacionais (Rio de Janeiro, Rio de Janeiro)

Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro

Localização:Rio de Janeiro - Rio de Janeiro

Duração:18 Meses

Tipo:Pós-Graduação

Modalidade:Presenciais

Características

Introdução Em sociedades audiovisuais, narrativas em imagem-som comportam o que se convencionou chamar de currículo cultural , ou seja, um conjunto mais ou menos organizado de informações, valores e saberes que, via produtos culturais (nesse caso, audiovisuais), atravessam o cotidiano de milhões de pessoas e interferem em suas formas de aprender, de ver e de pensar. As relações dos indivíduos com esse tipo de produção constróem imaginários e ajudam a produzir identidades étnicas, sexuais, sociais etc. Pesquisadores de diferentes áreas (psicologia, sociologia, antropologia, história entre outras) vêm buscando compreender de que forma isso acontece, isto é, através de que mecanismos cognitivos, psicológicos e/ou socioculturais, imagens de cinema e televisão e conteúdos da Internet participam da tessitura de concepções de mundo, de valores e crenças professados pelos que com elas interagem de forma mais ou menos intensa. Países como França, Inglaterra e Estados Unidos, entre outros, instituíram, com financiamento público, ao longo das últimas décadas do século XX, linhas de investigação cada vez mais amplas, envolvendo diferentes temáticas e distintos campos disciplinares, em importantes centros de pesquisa , buscando compreender não apenas a natureza das relações que se estabelecem entre artefatos audiovisuais e seus espectadores e/ou usuários, mas também o impacto político-social que essas relações podem produzir. No Brasil, mesmo que ainda não se tenha configurado uma tradição de pesquisa em torno dessa temática, iniciativas vêm sendo desenvolvidas nesse sentido nas áreas de comunicação, sociologia, antropologia (Escola de Comunicação da UFRJ, Escola de Comunicação e Artes da USP, Instituto de Artes e Comunicação Social da UFF, IUPERJ, Museu Nacional da UFRJ, entre outras) e, mais recentemente, na educação (Programa de Pós-Graduação em Educação da UFRGS, Núcleo de Comunicação e Educação da USP, entre outros). De uma maneira geral, essas pesquisas vêm indicando, de forma cada vez mais contundente, que não é possível compreender a dinâmica de funcionamento de sociedades audiovisuais, sem analisar o papel desempenhado pela relação que os diferentes grupos e atores sociais estabelecem com a atmosfera cultural em que estão imersos, sobretudo, com a produção veiculada maciçamente em imagem-som. Na área de educação, precisamos refletir sobre o modo como as imagens vêm sendo abordadas nas salas de aula que deveriam ser espaços nos quais as imagens estariam sendo tomadas, pelos alunos, como meios de pensar a realidade, uma vez que elas estão impregnadas nas suas rotinas. Não é possível, à escola, negar a existência das imagens televisivas e da propaganda, uma vez que elas fazem parte do contexto histórico-cultural no qual nossas crianças e jovens estão inseridos, mas, por isso mesmo, urge que se instrumentalize o professor para que possa orquestrar reflexões críticas de seus alunos acerca do que as mídias oferecem. Já não é possível mais ficarmos com os discursos maniqueístas que as denunciam como instrumentos de alienação dos jovens. É necessário que essas falas sejam substituídas por uma ação consciente que leve à apropriação desses veículos para promoção da reflexão e do desenvolvimento da consciência crítica. É preciso tentar compreender os sentidos que os sujeitos estão produzindo para suas experiências com as imagens para que elas se tornem em instrumentos não apenas de apreensão da realidade mas de reflexão sobre a mesma. Hoje, já se acredita que investigar as relações que crianças e adolescentes estabelecem com a televisão e os computadores pode ajudar a compreender também alguns dos problemas identificados pelas pesquisas em escolas, tais como a dificuldade de comunicação entre adolescentes e seus professores, o desinteresse das crianças pelas atividades escolares, processos de aprendizagem diferentes daquelas com as quais os professores estavam habituados a lidar, entre outros. Nesse sentido, trabalhos de dissertação de Mestrado e teses de Doutorado tem se aprofundado nesse tema. Não parece haver dúvidas, também, quanto à existência de vínculos mais ou menos estreitos entre a mídia veiculada em imagem-som e produção/difusão de valores éticos e morais em culturas que valorizam esse tipo de artefato. Sabe-se, contudo, que não se pode pensar nisso como uma via de mão única, que vai da mídia ao espectador. Trata-se de um fenômeno muito mais complexo do que se pode supor à primeira vista; os indícios sugerem influência mútua, circularidade de informações e interdependência, cujos resultados somente podem ser captados, empiricamente, a médio e longo prazo. Por outro lado, mais o que nunca, o momento atual tem sido marcado, no campo da educação, pela consciência da necessidade da formação continuada dos professores, que se faz urgente, mais do que tudo porque a formação dada pelos cursos de Licenciatura tem-se mostrado insuficiente e, portanto inadequada às exigências do mundo atual. A socialização do saber e a qualificação para o trabalho adquirem, na contemporaneidade, um caráter altamente dinâmico, requerendo das pessoas flexibilidade, criatividade e atualização permanente, em decorrência das mudanças de paradigmas com as quais a sociedades vem se confrontando. Ha, portanto, a necessidade de se ver a educação indo alem das paredes escolares, ou melhor dizendo, trazendo o cotidiano e as possibilidades dele para dentro do espaço escolar. Ora, isso só será possível se aqueles que estiverem no exercício do oficio docente minimamente puderem dominar as atuais tecnologias de informação e puderem alcançar o potencial que as mídias podem lhes oferecer, já que parece não haver mais duvidas sobre a sua relevância. Mídia e tecnologia da informação configuram um campo de saber que tem sido visto como uma excelente opção para o atendimento dessas exigências, mas nem sempre adequadamente utilizados. Conhecê-lo é, pois, fundamental, porque permite a efetiva instrumentalização de todos os que têm a seu cargo atividades de ensino Nesse sentido, a universidade é um lugar privilegiado para se desenvolver programas com esse objetivo, quer se fazendo por especializações mais gerais, quer por oferecer capacitações mais especificas. Por ser a PUC-Rio considerada, no campo da educação, uma instituição que, em todos os seus anos de existência, imprime em seus cursos a marca de seriedade e dinamismo no seu desempenho, tendo a inovação como resposta aos desafios da educação contemporânea, não pode ficar alheia a essas exigências que o campo de ensino-aprendizagem tem apresentado. Foram, exatamente, a preocupação com essas questões e a certeza de que a universidade deve ser o campo privilegiado da formação continuada que respaldaram o Departamento de Educação da PUC-Rio ao propor o presente projeto, ou seja, no oferecimento à comunidade de um curso de especialização que permita a articulação dessas três áreas afins: mídia, tecnologia da informação e educação, apoiando-se na experiência nessa área, adquirida em cursos regulares e no desenvolvimento de pesquisas. Objetivo Qualificação de profissionais de Educação, Comunicação, Recursos Humanos, Publicidade e Televisão para trabalhar na interface entre educação e comunicação; Ampliação da formação acadêmica e da atuação profissional dos estudantes, oferecendo-lhes uma formação que lhes possibilite desenvolver projetos na área de mídia-educação; Preparação de profissionais para utilização de tecnologias da informação e da comunicação na educação escolar e extra-escolar (organizações não governamentais, projetos sociais etc.) Desenvolvimento de atividades educativas atuando na interface entre educação e comunicação. Metodologia As sistemática operacional adotada no presente curso se fará da seguinte forma: aulas serão presenciais, com freqüência mínima obrigatória de 75%; desse modo, se houver, por parte dos alunos, o não comparecimento a mais de 1/3 das aulas de uma disciplina, será reprovado por falta nesta disciplina. Como apoio ao melhor desenvolvimento do curso e aproveitamento dos alunos, pretende-se utilizar uma ferramenta de apoio a cursos na WEB, personalizada pela CCEAD para este curso, com múltiplas funções, a saber: acesso ao curso, links para os endereços eletrônicos da coordenação, dos professores-tutores e de outros cursistas e links para páginas web afins, lista de discussão e sala de debates (chat). Acesso ao curso - o participante, utilizando a senha recebida por ocasião da efetivação da matrícula, terá acesso à Página do curso, onde serão disponibilizados os recursos oferecidos. Correio eletrônico - utilizado para a troca de mensagens particulares, propiciará a comunicação dos participantes com a coordenação, com os professores e colegas. Será mais uma forma de pedir informações, fazer sugestões, tirar dúvidas etc.. Lista de discussão - será a oportunidade oferecida pelo curso para mais um espaço de troca entre os participantes, ampliando, assim, o espaço presencial. Sala de debates (Chat) - oportunidade que o curso oferecerá para discussão on-line, em tempo real, de temas específicos entre grupos de participantes. Esses momentos serão programados com antecedência, para permitir que os participantes possam se organizar e estarem presentes no ciberespaço.

Plano de estudos

Programa 1º Período Educação contemporânea História da mídia Mídia, tecnologia da informação e educação 2 º Período Tecnologias em Educação I Produção audiovisual e práticas mídia-educativas 3º Período Tecnologias em Educação II Pesquisa e Produção de Monografia Obs. A monografia ou o trabalho final é obrigatório para a conclusão do curso de Especialização.

Requisitos

Público Alvo Graduados - bacharéis e licenciados - em Pedagogia e Comunicação e em outras áreas das Ciências Humanas e Sociais que pretendam desenvolver trabalhos educativos utilizando-se dos recursos propiciados pelas tecnologias da informação e da comunicação (TIC).

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