FCMSCSP - Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo

Missão
A missão da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo é promover ensino, pesquisa, extensão e atenção à saúde em níveis de excelência, visando oferecer à comunidade, profissionais da saúde com formação científica, ética, humanística e responsabilidade social.
História
Desde quando a Irmandade da Santa Casa de São Paulo, em suas sete obras de Misericórdia acrescentou uma oitava: tratar dos doentes, transformando-se em Hospital, este foi, durante muito tempo, o único da cidade. Conforme São Paulo ampliava seus horizontes e aumentava sua população, exigia da Irmandade maiores espaços para acolher os doentes e deles cuidar. Quando ainda estava sediada na Rua da Glória, nos meados do século XIX, no bairro da Liberdade, os jovens paulistas que queriam aprender Medicina ou Cirurgia (“especialidades” consideradas diversas, até então) iam para o Hospital da Santa Casa (e por residirem na rua ao lado, ela levou o nome que mantém até hoje: Rua dos Estudantes).
Em 1884, depois de tentativas no bairro da Bela Vista, um novo Hospital foi inaugurado “nos altos do Arouche”, onde está até hoje, para onde foram, obviamente, os estudantes. Em 1912, o Diretor Clínico do Hospital, Doutor Arnaldo Vieira de Carvalho, apresentou à Provedoria da Irmandade um projeto que formalizava o ensino da ciência médica no Hospital; o projeto foi aprovado e, em 1913, começou o ensino médico no Estado, na Faculdade de Medicina de São Paulo. O Hospital da Santa Casa foi, assim, o primeiro local a formar médicos e cirurgiões no Estado de São Paulo.
Nos meados da década de 1930, com a criação da Universidade de São Paulo, a Faculdade do Doutor Arnaldo a integrou e os alunos das cadeiras básicas deslocaram-se para o prédio da Avenida Doutor Arnaldo, permanecendo os alunos mais adiantados, pois cursavam todas as cadeiras clínicas nas Enfermarias da “Santa”. Mas, a partir de 1933, alunos de outra instituição de ensino médico circulavam pelos góticos corredores do Hospital: eram os alunos da Escola Paulista de Medicina, criada em 1933, organizada por médicos que remanesceram na Santa Casa e que aguardavam a edificação das instalações na Vila Clementino, além da construção do Hospital São Paulo (o primeiro Hospital-Escola especialmente construído para assim funcionar no País), o que aconteceu na década de 1950, época em que já estava pronto o Hospital de Clínicas da USP, para onde foram todos os alunos da sua escola médica.
Daí se ouvir e dizer sempre que a Santa Casa foi berço das primeiras escolas médicas de São Paulo. Dessa época em diante, os estudantes de Medicina foram desaparecendo do Hospital da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, ao mesmo tempo em que o corpo clínico sentia um declínio no atendimento aos doentes, porque a dedicação do aluno e a sua vontade de aprender incentivavam os médicos-professores a se aprimorarem, tanto no exercício docente como na sua prática profissional. Como escreveu o eminente cirurgião Professor Nairo França Trench (um dos que ficaram), a Santa Casa iria logo se transformar em “um asilo de estropiados”, expressão que outros médicos modificaram para “um depósito de doentes”.
O Professor Oscar Monteiro de Barros, clínico tão importante que foi chamado “O Príncipe da Clínica”, após voltar de uma viagem onde percorreu muitos Hospitais-Escola europeus, escreveu que a Santa Casa tinha um Hospital que era perfeitamente capaz de proporcionar excelente ensino médico.
E o grande patologista, Professor Walter Edgard Maffei, afirmava pelos corredores da “Santa” que o destino inequívoco desta era ensinar em sua Faculdade de Medicina que precisava ser criada logo. Os médicos líderes do Hospital, com o aval de todos os que dele participavam no atendimento aos doentes, enviaram documento à Mesa Administrativa da Irmandade onde se lê (na Ata de 20 de abril de 1956, livro 36, página 169), resumindo o longo texto de sua conclusão: "...A Diretoria Clínica e o Conselho Técnico estão convencidos da urgente necessidade de se instituir o ensino médico nesta Santa Casa, visto que, segundo verificação universal, hospital em que não se pratica ensino e de onde é banido o estímulo ao estudo e ao rápido esclarecimento dos casos clínicos, rapidamente se transforma em mero depósito de doentes..." Paulo de Godoy, Oscar Monteiro de Barros, Matheus Santamaría, Paulo de Almeida Toledo e Pedro Ayres Neto. Em outubro de 1962, o então Provedor, advogado Doutor Christiano Altenfelder Silva, um entusiasta da ideia da criação de Escola Médica, anunciou, em reunião, à Mesa Administrativa que estava aprovada a criação da FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DOS HOSPITAIS DA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE SÃO PAULO.
Sua formatação didática fora estabelecida pela Associação dos Médicos da Santa Casa, presidida pelo cirurgião Professor Emilio Athié, outro entusiasta da ideia da Escola (tanto que ambos são devidamente considerados os fundadores da Faculdade). No dia 24 de maio de 1963 foi proferida a aula inaugural da nova Escola (pelo Acadêmico Pedro Calmon, Reitor da Universidade do Brasil). Quando a primeira turma iniciou seu último ano de graduação, como é de praxe, foi emitido o reconhecimento oficial pelo Decreto Federal n.º 62.044, datado de 04 de janeiro de 1968. O primeiro Diretor da Instituição foi, por obviedade, o Professor Emilio Athié, (Cirurgião), seguindo-se os Professores Renato Jacob Woiski (Pediatra), Adauto Barbosa Lima (Clínico Cardiologista), Orlando Jorge Aidar (Anatomista), Waldemar de Carvalho Pinto Filho (Ortopedista, que foi ser Provedor da Irmandade), Stanislau Krynski (Psiquiatra), João Fava (Cirurgião), Professor Ernani Geraldo Rolim (Clínico), sendo este o primeiro ex-aluno da Faculdade a chegar a tal posto. Em maio de 2011, uma nova diretoria assumiu a Faculdade e, mais uma vez, representada por um também ex-aluno da IV turma de Medicina, o Professor Doutor Valdir Golin. Valdir Golin foi por duas vezes Diretor Clínico da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia. Assim como o Doutor Ernani e o Doutor Valdir, atualmente a maioria dos docentes foi graduada pela própria escola (no momento, nove dos dez departamentos didáticos são chefiados por egressos, além de quase todos os Serviços do Hospital ter em seus postos de comando ex-alunos, tais como o Diretor Clínico, o Superintendente, o Diretor Técnico etc). Esses postos são ocupados por professores titulados (com Doutoramento), inicialmente doutorados pelas Instituições co-irmãs, mas agora o fazem nos cursos de pós-graduação (lato ou stricto sensu) da própria Faculdade. E dos cerca de 450 docentes, 80% são titulados ou com Mestrado ou com Doutorado (sendo que todos os demais são Especialistas em suas matérias).
Quando o Professor Rolim assumiu a Diretoria da Faculdade, tornou um dos seus propósitos prevalentes a ampliação dos cursos (para justificar que a Faculdade era de “Ciências Médicas” como está em seu título). E em 2000, com avaliação ou conceito “A” do Ministério da Educação, foi aprovado o curso de graduação em Enfermagem, que iniciou as suas atividades didáticas em 2001; neste ano, também com avaliação ou conceito “A”, foi aprovado o curso de graduação em Fonoaudiologia, que iniciou as suas atividades didáticas em 2002. Em 2008, foram iniciadas as atividades de Telemedicina, ministrando cursos rápidos para instituições médicas por rede própria de televisão; e cursos de Educação a Distância estão em implantação. Em 2011, a Faculdade completa seus 48 anos. É uma senhora madura, cumprindo garbosamente seus objetivos.
Em recente publicação da avaliação do Ministério da Educação, seu curso de graduação em Medicina está relacionado entre os dez melhores dos quase duzentos cursos brasileiros nessa área; o curso de graduação em Enfermagem está entre os trinta melhores dos quase quatrocentos do País, e o de Fonoaudiologia entre os oito melhores dentre os quase quarenta existentes. Mas é importante salientar que os cursos que estão à frente da Faculdade são todos integrantes de Universidades Federais, Estaduais, Municipais ou Públicas. O prestígio alcançado pela Faculdade é decorrente do valor de seus programas didáticos, da dedicação de seu corpo docente, da eficiência de sua equipe administrativa e, obviamente, do desempenho de seu corpo discente, sempre vitorioso no mercado de trabalho no Brasil e no exterior. Aliás, e “in tempo”, a Faculdade já graduou 43 turmas de médicos, treze turmas de enfermeiros e seis turmas de fonoaudiólogos, que aprenderam do currículo pleno e dos quase cem grupos de pesquisa, nos seus laboratórios de Anatomia, Imunologia, Microbiologia, Farmacologia, Bioquímica, Técnica Cirúrgica, Fisiologia, Biologia Molecular, Cirurgia Experimental, Centro de Simuladores, assim como em todos os ambulatórios, enfermarias e Centros Cirúrgicos do Hospital da Santa Casa conveniado com a Faculdade. No aprendizado curricular e na produção científica extracurricular, os alunos contam com excelente Biblioteca com vários programas de consulta internacional de bibliografia, além do “PORTAL” do CAPES, com o FAP (Fundo de Apoio à Pesquisa), NAP (Núcleo de Apoio à Publicação), participam do PIBIC (programa de incentivo à pesquisa do CNPq), são orientados pelo NAPP (Núcleo de Apoio a Projetos Pedagógicos), pelo NIPED (Núcleo de Prevenção e Combate ao uso de Drogas) e pelo REPAM (Retaguarda Psicológica dos Estudantes), além de contarem com os Serviço de Saúde dos Alunos (em consultório próprio ou em convênio com o Hospital) e com seguro de vida providenciado pela Fundação Arnaldo Vieira de Carvalho. A Faculdade mantém convênios com importantes instituições, tais como a Secretaria da Saúde do Estado e do Município, para atividades docente-assistenciais em atenção primária à Saúde e o Programa de Saúde da Família. Também é conveniada com o Hospital Sabará (para trabalhos na área da Pediatria), Universidade de Pittsburgh (para transplante hepático e intestinal), Ludwig-Maximilian University de Munique (para pesquisa em cirurgia experimental), Faculdade de Medicina da Universidade de Illinois, em Chicago (para a área da Ortopedia), as Universidades Harvard, Brown e San Diego (que recebem os alunos para estágio durante os períodos de férias, com financiamento obtido pela Faculdade, junto à Fundação Tide Setúbal), entres outras instituições. Em 2013, a Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo irá completar 50 anos de existência e, até lá, há muito ainda por fazer. Mas, dentre todas as necessidades e adequações, de uma coisa a comunidade acadêmica e os funcionários têm certeza: ela é motivo de orgulho por tudo o que fez e o que ainda fará. Mantenedora Através de instrumento público lavrado em 05 de abril de 1962, foi instituída a Fundação Arnaldo Vieira de Carvalho, com sede e foro na Capital do Estado de São Paulo, à Rua Dr. Cesário Motta Júnior, 112. A Instituição foi qualificada como uma Fundação de caráter permanente, com as seguintes finalidades: • promover o ensino das ciências médicas e estimular o aprimoramento de profissionais que a elas se dediquem; • incrementar a investigação científica e a sua divulgação; • contribuir para a solução dos problemas médico-sociais; • formar pessoal técnico-científico de grau médio e superior, inclusive para as atividades didáticas e de produção científica. Para atingir suas finalidades, a Fundação poderá criar: Faculdade de Ciências Médicas, Escola de Enfermagem, Escola de Aperfeiçoamento Médico, Cursos para formação de Técnicos em Raio X e Laboratórios, Cursos de Pós-Graduação e Especialização para médicos e seus auxiliares. Para a instalação da Faculdade de Ciências Médicas, bem como a das demais Escolas e Cursos, a Fundação firmará Convênio com a Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Será administrada, como realmente é, por um Conselho Curador e por uma Diretoria. O Conselho exerce funções deliberativas e a Diretoria é o Órgão Executivo. O ensino, objetivo prepícuo da existência da Fundação, bem como das suas Escolas, é ministrado por professores que, nas cadeiras básicas, são pagos pela Fundação, e, nas de clínica médica e cirúrgica, por professores pertencentes aos quadros da Irmandade da Santa Casa. A Irmandade cede seus hospitais, enfermarias, laboratórios e valiosas instalação e equipamentos, para que professores, por ela pagos, pratiquem ensino do mais alto nível, dando aulas práticas de clínica médica e cirúrgica aos alunos da Faculdade e dos cursos a esta vinculados, completando e aperfeiçoando tanto na formação de novos médicos, como pela Santa Casa, de professores, habilitados a transmitir a excelência do ensino de Ciências Médicas.
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