Localização:Itaperuna - Rio de Janeiro
Duração:360 Horas
Tipo:Pós-Graduação
Modalidade:Presenciais
Apresentação
Pós-Graduação LATO SENSU Aulas Mensais Coordenação: - Maria Fernanda Duarte Araujo Pedro - Mestre em Serviço Social PUC-RJ Formação acadêmica em Serviço Social pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Professora/ pesquisadora do Centro Universitário Augusto Motta, coordenadora do curso de especialização Serviço Social e o trabalho com famílias e de projetos de Extensão nas comunidades do Complexo do Alemão. Áreas de atuação: Família , Violência doméstica, Campo sócio-jurídico. Participa de grupo de estudos PUC-RJ sobre Hannah Arendt coordenado pela professora Ilda Lopes e do programa de Pós-graduação em Educação UERJ. Atualmente no debate acadêmico e nas produções teóricas, na área específica de produção de conhecimento do Serviço social, há a crescente discussão sobre a dicotomia teoria/prática no cotidiano profissional.
Para Menezes e Lustosa (2010) a formação profissional deve conter uma orientação teórica do ensino da prática que privilegie a totalidade como método de análise da sociedade, sendo esta a única possibilidade para a consolidação do Projeto Ético político que se pretende generalista, propositivo, crítico e comprometido com a efetivação da cidadania. Essa proposta requer que se garanta no processo de formação profissional e na pós-graduação, currículos que contenham matérias e conteúdos que equipem o alunado para exercitar a crítica à economia política clássica. Nas duas últimas décadas do século XX o Serviço Social Brasileiro se fortaleceu apoiado na teoria social crítica baseada em Marx o que possibilitou acúmulo teórico-metodológico, ampliação na área de especialização e mestrado, de pesquisa com potencialização da produção acadêmico-científica e reforma curricular através das diretrizes curriculares o que possibilitou a mobilização e a formação profissional em torno de um Projeto Ético-político. A lacuna entre o avanço teórico e o processo técnico-operativo resultou no debate em torno da ação e da formação profissional e se dá na afirmação de que na prática a teoria é outra , atrelada à compreensão de que a teoria marxista não instrumentaliza para a prática.
Para Iamamoto (2001), diante dos avanços qualitativos que o Serviço Social viveu nas últimas décadas, no que diz respeito à formação profissional e ao trabalho de Serviço Social, travaram-se fortes embates e discussões no que diz respeito à relação dialética entre teoria e exercício profissional (prática) ou seja, a busca de estratégias do profissional que vão mediar as bases teóricas acumuladas com a operatividade do trabalho profissional. O desafio na atualidade, segundo a autora, é transitar da bagagem teórica acumulada ao enraizamento da profissão na realidade, atribuindo, ao mesmo tempo, uma maior atenção às estratégias, táticas e técnicas do trabalho profissional(2001, p.52), em decorrência das particularidades dos temas que são objetos de estudo e de ação do profissional.
Para Forti e Guerra (2010) o trabalho do assistente deve ser pensado a partir da práxis (prática pensada e refletida) superando a dicotomia teoria e prática pois pela dialética possuem um movimento que impõe, pressupõe e repõe , permitindo desvendar a aparência e mostra a realidade em si fator precípuo para o trabalho do assistente social. Ou seja a prática cotidiana do assistente social traz desafios ao exercício profissional que deve se submeter a análise teórica. E através de uma prática pensada, consciente, visa uma intervenção em consonância com o Projeto Ético- Político para o atendimento das necessidades sociais, a emancipação dos sujeitos e a garantia dos direitos sociais. Para Forti e Guerra ( op cit 2010) a teoria nos permite a compreensão da realidade social. Ela não é um conjunto de regras e modelos a serem seguidos, logo ela não dá respostas práticas ao cotidiano das relações, ou melhor, ela não responde de imediato à realidade.
Santos (2010) ressalta que a teoria modifica ,de imediato é o conhecimento que se tem sobre o concreto, não o próprio concreto. Por melhor que seja formulada, a teoria não é capaz, por si só ,de processar qualquer alteração na realidade concreta. Contudo a prática como atividade efetiva que permita transformação na realidade natural ou social não é um atividade qualquer , mas atividade que possibilita ao sujeito reflexão sobre sua ação e revelações sobre a realidade. ( FORTI E GUERRA, idem :4) Ou seja a apropriação da teoria possibilita desvendar o movimento da realidade onde se efetiva a intervenção e se possibilita o acesso às políticas sociais. Cabe assinalar que a intervenção profissional deve estar pautada nas dimensões teórico-metodológica, ético-política e técnico-operativa que irão permitir intenso rigor teórico-metodológico na compreensão da dinâmica da sociedade, da dimensão contraditória da prática profissional no marco das relações de poder e de forças sociais da sociedade capitalista, mas que exige posicionamento político e clareza da direção social profissional e a apropriação de habilidades técnicas que permitam o desenvolvimento das ações profissionais junto aos usuários do serviços e instituições contratantes. Sem essas dimensões que são analisadas como competências pode haver prática fragmentada e despolitizada havendo então a dicotomia teoria e prática. O trabalho social e a elaboração de uma proposta metodológica exige saberes avançados e constante apropriação da realidade através do conhecimento do território alvo das políticas sociais, de dados oficiais e dados locais da instituição, das fontes documentais e de relatórios sociais específicos da profissão que trazem indicativos para uma avaliação constante do processo interventivo e sua adequação à realidade apresentada pelas famílias sendo fundamental a valorização da documentação específica do Serviço social através do registros e da investigação como parte inerente à prática cotidiana e que dá suporte ao exercício profissional.
De acordo com Battini : O assistente social que desenvolve uma ação investigativa ao nível de sua intervenção acentua a relação sujeito de prática/objeto real, ainda que entendendo que a investigação- como instrumento do exercício profissional-supõe a necessária transformação do objeto real em objeto científico. Essa forma de conduzir a ação interventiva favorece pensá-la e pensar seu contexto, ampliando o exercício da crítica e favorecendo a ultrapassagem do horizonte institucional particular .É neste sentido que a construção do conhecimento se efetiva a partir da prática cotidiana. (2009,pág 72) Ou seja o refletir sobre a prática, sobre as questões sociais postas no cotidiano amplia a necessidade do pensar/ agir e se desdobra em novas estratégias superando o senso comum no Serviço social. Conforme aponta Souza o processo de qualificação continuada é fundamental para a sobrevivência no mercado de trabalho. Estudar, pesquisar, debater temas, reler livros e textos não podem ser atividades desenvolvidas apenas no período da graduação ou nos muros da universidade e suas salas de aula. Se no cotidiano da prática profissional o Assistente Social não se atualiza, não questiona as demandas institucionais, não acompanha o movimento e as mudanças da realidade social, estará certamente fadado ao fracasso e a uma reprodução mecânica de atividades, tornando se um burocrata, e, sem dúvidas, não promovendo mudanças significativas seja no cotidiano da população usuária ou na própria inserção do Serviço Social no mercado de trabalho. (Sousa, 2008 p. 122)
Público Alvo
Profissionais das Áreas Humanas e Sociais
Ensino Superior Completo.